O pioneirismo do empresário Bernardo Mascarenhas, nascido em Curvelo (MG), impulsionou o crescimento industrial de Juiz de Fora, com a construção da Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas e da primeira Usina Hidrelétrica da América Latina.

Inaugurada em maio de 1888, sua fábrica de tecidos começou a funcionar com 60 teares ingleses e, em 1898, se tornou a primeira a utilizar um motor elétrico Westinghouse no país. Já em 1932, tornou-se pioneira ao instalar música ambiente em suas instalações.

Na época da inauguração, os jornais e revistas do país destacaram o empreendimento, especialmente pelas características arquitetônicas do prédio, como referência da fase de industrialização mineira do início do século XX.

Porém, a expansão e o avanço tecnológico da fábrica não resistiram às modificações político-econômicas do Brasil e, no dia 14 de janeiro de 1984, a Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas encerrou suas atividades, deixando um terreno de 10.450 m², com uma área coberta de aproximadamente 7.000 m², patrimônio utilizado para pagamento de dívidas ao estado de Minas Gerais e à União.

Em 1982, a Prefeitura de Juiz de Fora, interessada em preservar o complexo arquitetônico, deu início ao processo de tombamento municipal do prédio, que foi assinado em 19 de janeiro de 1983. Entre 1983 e 1987, aconteceram as negociações e a compra das instalações da fábrica, que foi totalmente restaurada para abrigar o Centro Cultural e o Mercado Municipal, preservando-se as características originais.

Além disso, a campanha “Mascarenhas, meu amor!” reuniu artistas, jornalistas e intelectuais da cidade e do país para reivindicar a transformação da antiga Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas em um Centro Cultural, marcando positivamente a história municipal e contribuindo, de forma decisiva, para a tomada dessa decisão.

A transformação da tecelagem em espaço de cultura foi o mais ousado projeto cultural de Minas Gerais, que tinha ação similar apenas em São Paulo, na Fábrica Pompéia. A inauguração do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas aconteceu oficialmente em 31 de maio de 1987, exatamente 100 anos depois do início da construção da antiga fábrica e no 137º aniversário de Juiz de Fora. O evento contou com uma intensa programação artística.

Em 1997, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas foi fechado para reforma e reaberto em 2000, totalmente restaurado, mantendo suas características arquitetônicas originais. Com a participação dos setores artísticos, a Funalfa democratizou as diretrizes para a ocupação do espaço, com a criação de editais.

Hoje, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas abriga relevantes manifestações artísticas da cidade e de outros centros do país. Sua ampla estrutura oferece à comunidade galerias de arte, anfiteatro, videoteca e salas de aula, além de corredores para realização de eventos. Visando aprimorar a infraestrutura e permitir o acesso de pessoas com deficiência, o espaço passará por reformas estruturais.

Informações gerais:

Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 200 – Centro, Juiz de Fora – Minas Gerais.

Horário de funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 21h. Sábados e Domingos, das 10h às 16h. Às segundas-feiras o espaço permanece fechado.

Tel.: (32) 3239-5864 (recepção); 3239-5524 (supervisão)

E-mail: espacos.funalfa@gmail.com